domingo, 31 de março de 2013

Desemprego: Dia Zero

Licenciei-me em 1998 - um percurso escolar sem grande brilhantismo, mas, também, sem problemas. Numa excelente Universidade Pública, com média de catorze valores, nunca perdi um ano e nunca deixei atrasada qualquer disciplina.
A entrada no mercado de trabalho não foi fácil. Mas, mais difícil tem sido lá permanecer.
Amanhã irei proceder à minha terceira inscrição no centro de emprego.
Tenho trinta e seis anos e não tenho casa própria nem meios para grandes sonhos. As contas são as do dia a dia. Não tenho dividas e lá vou tendo alguns euros no banco, mas os sonhos, também se pautam pelo peso da carteira. E, se as contas são as do dia a dia, como voar alto?
Amanhã, bem cedinho, lá estarei de coração apertado. E, mais quantos? Mais quantos?
Quantas asas quebradas? Quantos corações vazios?

E... amanhã, é apenas o primeiro dia de desemprego. Quantos se lhe vão seguir?

Já o escrevi e volto a dizê-lo: não consigo chorar! As lágrimas não saem. Será que choro amanhã? Será que choro no dia um do desemprego?


Sem comentários:

Enviar um comentário